1. |
Porto frio
04:46
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Porto frio vestiu negro
Sintoniza o que a luz procurou
E do nada vem o vento
que não queres mas puxa a cordas de aço
É meu não posso dar, nem tenho que dar
O tempo vai mudar
Está tudo a pensar que não
Que a centelha vem atrás
É mais fácil contornar o muro há quem o fure
Por onde eu vou eu já me sinto em alto-mar
e no horizonte vê-se um sol tão quente
que não vive nem na memória
Às vezes fico bem com pouco e sei porquê
Esse sol tão quente está sempre presente
Mesmo assim, não na memória
É meu não posso dar, nem tenho que dar
O tempo vai mudar vai
Está tudo a pensar que não
Que a centelha vem atrás
É mais fácil contornar o muro há quem o fure
E agora já mudou e pesavam que era melhor
Saudosismo ao que ficou
É tão fácil passar tempo à frente mas tens que o enterrar
O que ele cantou não canta mais
e eu sei porquê, foi a voz que deu a alguém
que se perdeu num grito e nós selvagens enfim pedimos por favor
O que ele cantou não canta mais
e eu sei porquê foi a voz que deu a alguém
perdida num grito selvagem sem fim
Eu sei a voz foi oferecida a alguém
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2. |
Beira-mar
02:58
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Quando olho pra' ti o ódio nunca entrou,
só um simples vazio triste que em mim ecoou
Constróis os legos que a sorte hoje te deu
Já bateste o maço em casa e o bagaço trouxe-o eu
(pedes mais um, só mesmo um)
Quem está a mais se prepare
São as insónias enterradas num colchão e repara
que há tanta coisa pra' falar
Junta-se a gente à beira-mar
Mas tu bebes juventude num cálice ao som de alaúde o cinto rebenta ao jantar
Vais de tocha à caça às bruxas e tuxas quando te rodam
Por seres da paz contente sonhas que és patriarca
(e a marca que deixaste é maior que tudo)
Quem está a mais se prepare
São as insónias enterradas num colchão e repara
que há tanta coisa pra' falar
Junta-se a gente à beira-mar
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3. |
Dá-me a tua mão
06:17
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Quem sou eu? Pois, já divaguei
pensei no que é certo, depois fiz o mal
Mas de quem é a culpa? Está tudo à procura do mesmo Santo Graal
Veio um marginal e os seus
empunhado numas histórias que tinha a contar,
mas quando as contou assumes que era a minha vez de falar
Oh, ela olhou... porque é tão bom ser o que sou?
Procuro um sonho tão maior, não cabe na tua mão
mas é também a tua obra
Ora bem, vou explicar a alguém tudo bem claro
Que na noite um gajo peca e não sabe a nada
Não me explico porque ninguém me ouviu, sinto-me fraco
Chafurdem as contas que eu sei que a malta é pesada
Isso eu nunca ouvi, que conversa cara
Já pensaste que se o tempo é dinheiro também já foi inventado?
Vim do cais e a festa ia avançada pela luz da estrada
caixão e cova, não há nada que me faça olhar oh, não nunca mais
E do cais já vinha tudo de lado quando eu te perdi
eu queria-te lá. Que festa assombrada
Isso eu já ouvi, conversa mesmo cara
pensa lá o tempo é dinheiro o tempo foi inventado
Se for por ti eu espero,mostra-me a salvação
que jaz aqui e talvez assim é mais claro, roubaste um coração
E foi por ti e talvez a fim de salvar-me voltas-te e dizes não
Jaz aqui a palavra forte mais clara, sabes que eu permiti
Jaz por ti e talvez. Mas não aqui, porquê?
Vou repetir: uma vez eu já caí
Dá-me a tua mão
Pensa por dois, Joana
pensa que eu já perdi
Mas estou aqui e talvez ele jaz aqui e porquê?
Jaz por ti e talvez jaz aqui
Oh, ela olhou... porque é tão bom ser o que sou?
Procuro um sonho tão maior, não cabe na tua mão
mas é também a tua obra
Vim do cais e a festa ia avançada
E do cais já vinha tudo de lado
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4. |
5€
04:39
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5. |
Arco do Cego II
05:05
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Olhei para trás, vi bem mais do que queria ver
O telejornal mostrou-me o que está bem mais que mal, é menos mal
E por isso já não há mais regras e os nossos avós que as enterrem
Já nada é igual, nada é igual
Mostram-se os vilões mas há heróis, são os que querem mais
E para to mostrar fui aos caixões enterrados lá atrás
Acreditas naquilo e no bispo mas jamais na fada *
Já nada é igual, nada é igual
Para crer há que se ver
E se eu quero e eu posso terei tudo o que é vosso
mas eles não vão deixar, dizem eles no altar
No entanto, eu vou pra' além de mim
e se tenho o que é vosso / posso entrar
Eles vão-se apagar
Para crer há que se ver
E se eu quero e eu posso terei tudo o que é vosso
mas eles não vão deixar, dizem eles no altar
No entanto, eu vou pra' além de mim
e se tenho o que é vosso / posso entrar
mas eles não vão deixar, dizem eles no altar
No entanto, eu vou pra' além de mim e
Se ao mudar eu pus-me a andar e dei-te algo no fim
Ao mudar eu pus-me a andar e dei-te algo no fim
Olha atrás, vê então
Acreditavas em mim, mas eu menti em teu lugar
Réplica, o dualismo que ficou
Num pêndulo a escolher o que vem
mas o que vem já vinha
Consome a meias meio bar, tráfico de conversas ideias
E eu repito
Olha atrás, vê então
Acreditavas em mim, mas eu menti em teu lugar
Réplica, o dualismo que ficou
Num pêndulo a escolher o que vem
mas o que vem já vinha
Consome a meias meio bar, tráfico de conversas ideias
* asterisco
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6. |
Ecoou
06:02
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Quem falou?
Ouço uma voz tão perto de mim
É minha e ecoou
Estava sozinho é melhor assim
O céu está pesado, palavras sabem a nada e é porque eu
Congelado perdi o tempo e a nado o salvei
Tu também lá estavas e eu refém da escolha
Escolhi-me a mim, egoísta por quem conheço pior
(Eu já sei. E eu no meu lugar
É assim. Quem te espera desespera)
Não faças de mim o monstro que já vivia em ti
Sou tão parecido com ele e eu parecido contigo
Demonizo a alma, sou teu amigo
O céu está pesado, palavras sabem a nada e é porque eu
congelado perdi o tempo e a nado o salvei
Tu também que lá estavas e eu refém da escolha
escolhi-me a mim egoísta por quem conheço pior
Já tens de ir, eu sei
Cá dentro o mundo a mil a girar
(Eu já sei. E eu no meu lugar
É assim. Quem te espera desespera)
Já tens de ir, eu sei
Cá dentro o mundo a mil a girar
(Eu já sei. E eu no meu lugar
É assim. Quem te espera desespera)
Estou aqui, eu sei
O sol sufoca a linha do mar
(Eu já sei. E eu no meu lugar
É assim. Quem te espera desespera)
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7. |
Planos astrais
05:21
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Olho pra' trás, vejo que é tudo igual
no que mudou em mim
Há padrões, telas mais vivas
mas não sou capaz de explicar por palavras o que ouvi dizer
Varro as cinzas borda fora
Sozinho, sempre
Vale do ave, têxtil assombrado em rotidão
E no Minho enterro vivo o meu coração
Quis tentar ser mais
Perdi-me e até sei por onde fui
Mas perco-me ainda mais
em lamas profundas, em planos astrais
Por quem já morreu, por quem viveu demais
E os demais, os tais que são esquecidos
ainda vão crescer, plantados em casulos
Quase fulos cansados de existir
Só deles próprios é que não se querem rir
Quis tentar ser mais
Perdi-me e até sei por onde fui
Mas perco-me ainda mais
em lamas profundas, em planos astrais
Por quem já morreu, por quem viveu demais
Ó, como é bela esta sátira
Ter três vendas nos olhos, é difícil frasear
Se eu não ninguém, ninguém se exalte mais
Hoje é dia de festa, festejamos ainda mais
Eu juro que não fazia ideia, venham todos venham mais
Ó, como é bela esta sátira
Ter três vendas nos olhos, é difícil frasear
Se eu não ninguém, ninguém se exalte mais
Hoje é dia de festa, festejamos ainda mais
Eu juro que não fazia ideia que os valores perdem valor
Quis tentar ser mais
Perdi-me e até sei por onde fui
Mas perco-me ainda mais
em lamas profundas, em planos astrais
Por quem já morreu, por quem viveu demais
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8. |
Mais perto de ti
05:29
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1 de abril, senhoras e senhores,
velhos, crianças colecionem amores
Quem vos viu não é quem vos vai ver,
demos graças de mãos dadas e cobicem o par de alguém
Eleições ou hordas em leilões
à espera que a puta caia mas sem dizer os palavrões
Nós comemos aquilo que eles já comeram
Digerimos coisas podres contentes na média anormal
Mentir é coisa vil mas está estendida no quiosque mais perto de ti
Mais perto de ti
As entranhas escorregam com a chuva
e a calçada já bem turva dessangra o branco em seu lugar
Essa morte para sempre a ressoar infiltra-se em ti tatuagem
Como é que eu vim aqui parar?
Mentir é coisa vil mas está estendida no quiosque mais perto de ti
Mais perto de ti
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9. |
Post mortem
04:18
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Sequoia Guzmán Porto, Portugal
O projeto português começou no verão de 2017 e em 2018 lança o primeiro álbum. Este trabalho de estreia adota uma sonoridade característica de uma banda de garagem influenciada pelo psicadélico e punk de tempos passados e também pela cultura da era digital e da informação. Uma panóplia de músicas sobre o quotidiano anormal ... more
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